Império
Assírio
Localização Geográfica do Império
Assírio
Segundo MENDES
(2014:22) afirma que, O império assírio no princípio apenas compreendeu o
território situado a leste do rio Tigre; mais tarde veio a ser formado por todo
o território que ficava entre aquele e o Eufrates, e compreendeu, juntamente
com a Assíria propriamente dita, a Caldeia, a Mesopotâmia, a
Babilónia e diferentes países tributários.
Na mesma ordem de
ideias, MATOSO (1949:49), “A Assíria fica localizado na região leste da Alta
Mesopotâmia. Entre o rio Tigre e as montanhas Zagros”.
Os antecedentes do Império
Neo-Assírio
Na óptica de LIVERANI (2003:24),
O segundo
milénio a.C. caracterizou-se como sendo um período de grande florescimento
civilizacional, com as grandes dinastias do Egipto, da Assíria, da Babilónia,
de Elam, de Mittani e de Hatti a controlarem a região do Próximo Oriente.
Durante este período de “equilíbrio do poder”, todas estas dinastias estavam
uniformemente dispersas pela região da Mesopotâmia, não existindo uma que
tivesse em seu poder um sistema administrativo e militar capaz de unificar toda
a região num grande império.
Assim, na Assíria, os reinados de Assurnaṣirpal I
(1050-1032 a.C.) e Salmanasar II (1031‐1020 a.C.) foram
particularmente difíceis, nomeadamente devido à ameaça que os reinos vizinhos
exerciam constantemente sobre uma Assíria que ainda não havia consolidado o seu
poder. Mas, com a entrada no primeiro milénio, não existindo nenhuma grande
potência dominante na região, a Assíria, com o seu poder militar superior, era
a principal candidata para se tornar na grande força política de toda a
Mesopotâmia. Quando Assur‐dan II se torna rei
da Assíria em 9344, são dados os primeiros passos para a consolidação dessa
força política em direcção à criação de um grande império.
Apogeu do Império Neo-Assírio
“A primeira coisa que fez Senaquerib (704-681 a. C) foi
abandonar a nova capital construída pelo seu pai mudando-a para Nível. Durante
o seu governo e o dos seus imediatos sucessores, o império Neo-Assírio alcançou
sua máxima extensão; por resolver ficou apenas o problema da Babilónia” (Cfr.
GALVÃO, 2003:42).
Para tal, na política anterior o monarca assírio
renunciou a continuação das expedições militares, que já só podiam dirigir-se a
territórios muito distantes e nos quais a Assíria não tinha interesses
directos. A sua única incursão militar foi planeada contra a Síria-Palestina,
mas não foi bem sucedida na sua tarefa por não poder conquistar Jerusalém.
Religião e Política no Reino
Assírio
Os reis Assírios não só faziam constar que antes de
compreender uma qualquer acção haviam consultado aos deuses, como também afirmavam
trabalhar por indicação expressa do deus Assur, o que justificavam ate os seus
súbditos qualquer empreendimento. Havia que obter presságios continuadamente e
os procedimentos empreendidos eram muito variados (Cfr. MENDES, 2014:95).
Contudo, recorriam com frequência ao exame de fígado das
vítimas sacrificadas, como na civilização etrusca. Mesmo assim, foi a
astrologia o sistema empregue com maior frequência, neste caso, os escribas
tinham reunido uma gigantesca base de dados.
O uso da astrologia para predizer o futuro encontrava-se
nas mãos dos sacerdotes e estava ao serviço do estado e do monarca. Aos
particulares só lhes restavam os horóscopos baseados no dia do nascimento.
Interpretava-se os presságios antigos no contexto presente.
O monarca era a figura central, ao ser delegado do deus
Assur. A sua missão era consultar o poder e a supremacia de deus, submetidos os
estados vizinhos e por este motivo o rei era encarregado do cumprimento dos
rituais do deus Assur. Os monarcas tinham especial cuidado contudo o que era
referente à religião, reconstruído, levantado ou aplicado os templos. Neste
sentido, não aparece que o clero desempenhasse um papel importante na política
Assíria.
Cultura
Segundo MATOSO (194946) afirma que, A principal
contribuição cultural assíria ocorreu no campo da arte e da arquitectura,
especialmente no período neo-assírio (1.117 a 612 a.C.). Contudo, Sargão
II, que reinou entre 722 - 705 a.C., ergueu palácios, templos e residência de
alto luxo e esmerado padrão artístico. Os grandes zigurates foram a principal
forma de arquitectura religiosa assíria, com tijolos coloridos e vitrificados.
Organização Administrativa dos
Assírios
Na Assíria, a sociedade estava dividida em várias
camadas. A camada dominante era composta pelo Rei, a aristocracia guerreira e
os sacerdotes. Abaixo vinham os trabalhadores em geral: desde os artesãos dos
centros urbanos ate os camponeses agricultores livres. Os Assírios foram um dos
primeiros povos da antiguidade a se utilizar do trabalho escravo de forma mais
sistemática, o que não quer dizer que a maior parte da população de
trabalhadores fosse escrava.
A propriedade da terra estava concentrada nas mãos da
casta sacerdotal e da coroa, que a administrava através do templo. Da mesma
forma que na Suméria, havia uma espécie de sistema bancário e uma actividade
comercial intensa, apesar de esta ultima ser, de certa forma, desprezada pela
casta guerreira. Os militares assírios formaram o primeiro exército organizado
e o mais poderoso até então. Desenvolveram armas de ferro e carros de combate
puxados por cavalos, além de cavalaria pesada individual. O controlo das áreas
conquistadas era mantido pelas tropas e por práticas cruéis, como a deportação
e a mutilação dos vencidos. Os guerreiros e os sacerdotes desfrutavam de
grandes privilégios: não pagavam tributos e eram grandes proprietários de
terra. A população comum, formada por camponeses e artesãos, ficava sujeita a
altos tributos e serviços forçados na construção de imensos palácios e
estradas.
Assim, Estes funcionários chegavam a estes cargos após
terem desempenhado outros, subdivididos em dois grupos, os desempenhados por
príncipes e os desempenhados pelos eunucos, estes eram muitos fiéis e
apreciados por não poderem ter descendência (MATOSO, 1949:50). Contudo, Os
funcionários relacionavam-se directamente com o monarca, o que permitia
controlar por si próprio todo o aparato administrativo é dispor destes
trabalhadores à sua vontade.
Economia
Segundo GALVÃO (2003:27) afirma que,
A economia
Assíria era baseada na agricultura, no comércio e, principalmente, nas “rendas”
vindas das guerras, assim como desenvolveram o arado de ferro, os carros de
guerra, as lanças e outras armas do mesmo metal, ainda pouco utilizado por
outros povos.
Porém, na indústria adiantaram-se consideravelmente,
chegando a notável perfeição, sobretudo no que tocava a tecidos preciosos, a
ourivesaria, a louça, a esmaltes, etc. De escultura deixaram os Assírios obras
de alto valor e merecimento artístico, sempre admiradas e tidas como objectos
de grande estimação.
Decadência
Segundo MENDES 2014:103) afirma que, Os Assírios
formaram um império por volta de 1880 a.C., atingindo um vasto território entre
883 e 612 a.C., quando conquistaram territórios extra mesopotâmicos, como a Síria
e o Egipto.
Assim, por volta de 612 a.C., Caldeus e Medos, aliados
desencadearam uma guerra, contra os Assírios e conseguiram tomaram as
principais cidades Assírias, dando fim ao império que se baseava no domínio
pelo terror.
Império Urartu
Localização Geográfica do Império
Urartu
Segundo GALVÃO,
2003:37) afirma que,O Império Urartu localiza-se na região que
corresponde ao planalto montanhoso entre a Ásia Menor, a Mesopotâmia e o
Cáucaso, conhecida actualmente como planalto Arménio. Assim, Urartu estava formada por inúmeros e pequenos
núcleos, devido ao facto de se encontrar numa zona montanhosa e coberta de
bosques.
Organização Política
No princípio, a organização política dessa região foi
tribal, mas tarde foi substituído por um monarquismo, até que em meados do
século IX a.C., o país se unificou politicamente.
Assim, O sistema político de Urartu era monárquico, com
um rei que usava o mesmo titulo que os monarcas assírios. É provável que a
estrutura de governo fosse copiada da Assíria, mas também se imitou o uso de
anais e de inscrições, que usavam assim mesmo como propaganda política. As
etapas que conduziram de uma atomização de pequenos núcleos a esta
centralização do poder são desconhecidas.
Organização Económica e Cultural do
Império Urartu
Urartu era forma formada por inúmeros e pequenos núcleos,
devido ao facto de se encontrar numa zona montanhosa e coberta de bosques, onde
no século VIII-VII a.C., houve um crescimento populacional nos vales. Os anais
assírios referem que Urartu estava coberta de cidades fortificadas, de
fortalezas e de aldeias, onde nas fortalezas defendiam as vias de acesso até ao
interior do país; nas cidades residências dos reis, construíram-se palácios,
armazéns, arsenais e templos.
O reino de Urartu era rico em dois produtos muito
necessários durante a Idade de ferro: cavalos e minerais, sobretudo o ferro e
cobre; também dispunha abundamente de madeira, que se utilizava principalmente
para a construção. Alem de cultivar os vales e as terras altas, mediante um
apropriado sistema de regadio, Urartu dispunha de uma boa garantia, sobretudo
equina, bovina, caprina e ovina. Um sistema de irrigação semelhante ao que se
utilizou no Irão e na Assíria, permitiu um desenvolvimento notável de
horticultura e da arboricultura, que era a base de alimentação.
Urartu contou com excelentes artesãos que trabalharam o
bronze. Famosas formas de cadeiras, com as bordas decoradas com figuras, e os
trípodes, os tronos, as armas e os escudos. Os motivos decorativos eram
fundamentalmente cenas de caça, religiosos e militares. Todos estes objectos
constituíam o saque e os tributos mais cobiçados pelos Assírios, mas também
eram exportados.
Os arquitectos de Urartu alcançaram grande originalidade
na arquitectura militar, aproveitando ao máximo a natureza abrupta do terreno,
os templos e os palácios oferecem grande novidade, como as torres nos templos e
a sala de colunas nos palácios, que depois foram copiados por medos e persas
(Cfr. MATOSO, 1949:30).
Decadência
O rei babilónico Nabopolasar atacou directamente Urartu
depois de desaparecimento da Assíria, em 610 a.C., e o fim deste reino chegou
por volta de 590 a.C., nas mãos de gentes iranianas, onde calcula-se que os
responsáveis tenham sido Citas
(Idem).
Porém, o desaparecimento do reino de Urartu permitiu aos
Medos controlar a Alta Mesopotâmia e Zagros, a partir deste momento Urartu
converteu-se numa satrapia da Média sob o nome de Arménia, com o qual chegou
ate hoje.
Império Persa
Localização e o Ambiente Geográfico
e Económico do Império Pérsico
Segundo MATOSO (1949:82) afirma,
A
civilização Persa localiza-se entre o vale do rio Indo e os vales do Tigre e
Eufrates, levantando-se uma enorme massa trapezoidal, o planalto do Irão,
cercado por altas montanhas que, isolando esta região, a impedem de receber a
influência dos ventos marinhos.
Assim, o clima dotado de secura extrema, converteu o
planalto do Irão em verdadeiro deserto, onde a vegetação era quase
insignificante. Apenas nos terrenos irrigados crescem árvores frutíferas,
vicejam cereais e legumes, pastam cavalos, camelos, bois e carneiros.
Formação e Organização
Administrativa do Império Pérsico
Nesta região desolada, outrora mais amena e fértil do que
hoje, vieram fixar-se, cerca de 2000 anos A.C, certas tribos de povos nómadas,
divididos em dois grandes grupos: Medos
e Persas pertenciam à raça
ariana, onde chegados ao planalto do Irão, esqueceram os seus costumes de
nómadas aventurosos, tornando-se cultivadores e pastores, fixaram-se ao solo e
organizaram a sua vida política(MATOSO,
1949:83).
Contudo, o dos Medos é o primeiro a manifestar ambições
imperialistas, o levam a submeter os persas. Estes, porém, em meados do século
VI a.C, comandados por Ciro, seu poderoso soberano, venceram os Medos e
dão inicio à sua formidável expansão externa, com a conquista de um império que
os leva, para o seu poderoso soberano, venceram os Medos e dão inicio à sua
formidável expansão externa, com a conquista de um império que os leva, para
Norte, até as costas do mar Negro, para o acidente, até junto do Mediterrâneo
e, para o Sul, até ao golfo Pérsico.
Mas, o grande organizador do Império Persa foi Dário, que
para Matoso significa “Grande Rei”, foi um verdadeiro soberano oriental, pelo
seu luxo magnífico, pelo seu poder, pelo fausto que deu às cidades do Império,
as mais importantes das quais eram Susa e Persépolis (Idem).
Para tal, foi Dário quem impôs ao reino uma organização
administrativa e militar sem precedentes nos outros povos do Oriente, dividindo
assim, em províncias ou sátrapas, que eram vastas circunscrições financeiras e
militares, administradas por um governador, chamado “Sátrapa”, onde veio a
reorganizar o exército, que foi equipado com lanças, arcos e punhais. Abriu
estradas militares e criou inspectores-gerais, que se chamavam de “os olhos e
os ouvidos do imperador”, onde fez reinar a ordem e segurança.
Assim, MENDES (2014:32) afirma que,
O império
era dividido em províncias, governada cada uma por um sátrapa, que
recebia directamente ordens do rei. Era tida em especial consideração a
agricultura, e muito honrados os que a exerciam; os cultivadores mais activos e
laboriosos eram recompensados e admitidos uma vez em cada ano á mesa do
soberano.
Para tal, a administração da justiça estava confiada a varões sábios e
prudentes, e os juízes que prevaricavam eram punidos com a pena de morte. A
legislação não se limitava a cominar penas contra os crimes e delitos; tratava
também de os evitar, inspirando o horror ao vício e o amor á virtude
Religião no Império Persa
Os Persas adoravam um deus criador, senhor do Céu e da
Terra, que manifestava o seu poder e revelava a sua presença divina por
intermédio do fogo, esta religião foi reformada por Zoroastro, que fixou no “A
vesta”, livro sagrado e código sacerdotal, as regras que deveriam orientar os
crentes.
Os Persas
eram monoteístas; adoravam uma só divindade, que era Mitra (o Sol); os emblemas
da omnipotência do Criador eram entre eles os fogos sagrados, mantidos com o
maior respeito e solicitude. Os magos, ou sacerdotes, eram homens
notáveis pelo seu saber, pela sua gravidade e pela austeridade da sua vida;
eram os sábios e os jurisconsultos da nação
(Idem).
Porém, a religião Zoroastro, ou mazdeismo, parte da
existência de duas divindades independentes, hostis e opostas: o Bem ou a Luz
(Ormuzd) e o Mal ou as Trevas (Ariman), separados por estranho abismo e, Ormuzd
era considerado como um criador do direito e da bondade, assegura a justiça e a
felicidade dos homens, ao passo que Ariman, para destruir o seu adversário
inventa a maldade, a doença e a morte. Desta forma esta crença não deu origem a
uma arte funerária, porque considerados como propriedade de Ariman, eram
abandonados à voracidade das aves carniceiras, para não mancharem aterra com a
sua impureza. Os mazdeistas acreditavam na existência da alma e pensavam que,
após a morte, a alma era obrigada a atravessar longa ponte lançada sobre o
abismo infernal mas, se era pura e justa, entrava no Paraíso, onde esperava a
ressurreição do corpo e a vitória de Ormuzd; se estava manchada de pecado, caia
no inferno, onde era torturada pelos demónios.
Decadência do Império Persa
Os últimos
anos de Dário foram perturbados pelas campanhas que compreendera contra os
Gregos (Guerras Pérsicas), aos quais não conseguiu vencer. A luta prolongou-se
e veio a terminar com a invasão da Ásia, empreendida por Alexandre Magno, rei
dos Macedónios, aliados com os Gregos, a qual pôs termo ao poderio persa em 331
a.C. (Idem).
Isto é, depois da época de Ciro, entregaram-se os Persas
a todos os excessos de devassidão; dissolveu-se a disciplina do exército; os
grandes da nação abandonaram a existência viril, que os distinguia, e caíram na
inacção e na ociosidade, o que foi uma das principais causas da decadência e da
queda, do império.
Referências Bibliográficas
GALVÃO, António M. As antigas civilizações do Oriente
Médio; São Paulo, Ave-maria, 2003.
LIVERANI, Mário. Relações internacionais no Próximo
Oriente Antigo, 1600-1100 a.C. Barcelona: Bellaterra2003.
MATOSO, António G. Compêndio de História Universal. Editora
Livraria Sá da Costa; 3ª ed. Lisboa, 1949.
MENDES, Iba. História Antiga. Poeteiro Editor
Digital; São Paulo, 2014.
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