AS CIVILIZAÇÕES DO ORIENTE [6] - GRÉCIA


A CIVILIZAÇÃO GREGA


Fontes para o estudo da história da Grécia
Em primeiro lugar temos a tradição textual, todas as reproduções copiadas, durante séculos dos escritos antigos, em duas línguas: Grego e Latim. A maior parte das histórias mitológicas aparece em poemas antigos, como na Ilíada e na Odisseia, de Homéro e os chamados hinos Homéricos.

A arqueologia tem produzido uma quantidade imensa de testemunhos sobre a religião e a mitologia Grega antiga, a começar pelas inscrições em santuários e em outros lugares de culto, que nos permite ter uma noção de devoção na religião. O templo de Apolo em Delfos, em uma paisagem montanhosa fabulosa, ainda hoje impressiona o visitante. As fontes arqueológicas fornecem muitas informações independentes das obras literárias. O famoso cavalo de Tróia, usado para esconder os guerreiros Gregos.

Há ainda belíssimas representações na estatuária antiga assim como nas moedas, nos vasos Gregos pintados. O Omphalos, ou Umbigo, de mármore decorado, cópia Romana do original Grego, encontra-se no Museu de Delfos.

Origem da Grécia
A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jónico e Mediterrâneo, por volta da 2000 a.C. formou-se após a migração de tribos nómadas de origem Indo – Europeia, como por exemplo: Aquedes, Jónico, Eólios e Dórios. A polis (cidades estados) forma que caracteriza a vida política dos Gregos. Surgiram por volta do século VIII a.C. As duas polis mais importantes da Grécia foram: Esparta e Atenas.

Períodos da civilização Grega
O período pré- homérico
Foi nesse período que chegaram os primeiros povos a região da península do Peloponeso, região do mar Egeu com litoral recortado, muito montanhoso e com poucas terras férteis. Os primeiros a chegarem foram os Aqueus, vindo depois os Eólios, os Jónicos e os Dórios. Eram povos Indo Europeus que vinham do norte da Península. Como os Aqueus estavam há mais tempo no local, criaram cidades, principalmente entre 1400 e 1100 a.C., das quais a mais importante foi Micenas, de onde originou o nome da civilização Micenica, que indica o processo civilizatório do período.

Contudo, a principal influência desse período deveu-se a civilização cretense. Os Cretenses ou minóicos (nome de um dos seus reis) habitavam a Ilha de Creta, muito próxima da península do Peloponeso. Marcaram culturalmente e economicamente o período. Entretanto, a civilização desapareceu bruscamente por volta de 1750 a.C., em virtude, provavelmente de um terramoto ou da invasão dos povos Gregos, inicialmente os Aqueus e depois os Dórios.

Os habitantes de a Grécia insular começaram a construir barcos grandes com (10-12 paredes de remos) e velozes para a época. O desenvolvimento da navegação possibilitou a intensificação dos contactos entre as diferentes regiões e rápida difusão de inovações técnicas e culturais. Igualmente importante foi também o progresso da agricultura, relacionado com a criação de um novo tipo de policutura, em cuja base está o cultivo simultâneo das gramíneas (principalmente a cevada), da vinha e da oliveira, a chamada “tríade mediterrânica”. O desenvolvimento da sociedade nesta região sofreu também uma grande influência da vizinhança das antigas civilizações do Próximo Oriente.

A antiga população pré-grega (cuja a origem étnica ainda não está estabelecida) foi parcialmente desalojada ou exterminada pelos intrusos e em parte assimilada. Este movimento de tribos interrompeu por algum tempo o processo de desenvolvimento social do sul da Península dos Balcas, dado que as tribos conquistadoras se encontravam num nível do desenvolvimento inferior.

Período Arcaico
Designa-se habitualmente por período arcaico da história da Grécia o período de três séculos que vai desde o século VIII ao século VI a.n.e. alguns investigadores consideram que esses séculos foram precisamente o período de mais intensivo desenvolvimento da sociedade antiga ocidental. Foi precisamente nesse tempo que se desenvolveram os fenómenos socioeconómicos e políticos que determina a especificidade da sociedade antiga ocidental (em cooperação com outras sociedades escravistas): o escravismo clássico; o sistema de circulação monetária e do mercado; a forma fundamental da organização política a cidades- estado (polis); foi elaborada a concepção de soberania do povo; surgiu uma forma democrática de governo.

Por último, nesse período surgiram todos fenómenos fundamentais da cultura antiga ocidental: a filosofia e a ciência, os principais géneros, a literatura, o teatro, arquitectura das ordens e o desporto. O principal conflito da época era o conflito entre a aristocracia em formação e a massa. Esse conflito era complicado pelo facto de, para ele terem sido atraídas também outras camadas, cujo aparecimento era resultado do progresso económico da sociedade, do desenvolvimento do artesanato e do comércio.

Período Clássico
O período clássico da história da Grécia antiga abrange, segundo a periodização comummente aceite. O tempo que vai desde o limite dos séculos VI- V até 338 a.n.e., quando a batalha de Queroneia pôs fim a existência independente do mundo das polis Gregas. Este período foi o do maior esplendor da Grécia, do pleno florescimento de todos os fenómenos que ganharam forma no período Arcaico, um período de particular incremento da cultura. 

O período clássico foi o tempo do domínio na Grécia de uma forma peculiar de organização sócio económica e politica da sociedade a polis. A polis como colectivo dos cidadãos tinha o direito de propriedade suprema da terra. Ainda no período clássico, a civilização Grega conheceu seu apogeu principalmente em Atenas, com um importante desenvolvimento cultural na arquitectura, pode-se destacar o parthenon e os teatros de arena; nas artes, as culturas, as pinturas em cerâmica e a produção teatral; na filosofia, há o destaque para Sócrates, Platão e Aristóteles. No aspecto político, a constituição do regime democrático em Atenas. Este período é caracterizado pelos Persas os quais inveteram pela política expansionista, chegando a lutar contra os gregos, guerras púnicas.

A colonização Grega
A colonização como propriamente dita foi por certo precedida de um período de descoberta e de aventuras. A colonização talvez tenha começado ainda um pouco mais tarde no norte do Egeu, nas regiões em que os Gregos, por causa do clima e do aspecto dos lugares, se sentiam mais deslocados que na Sicília ou na Itália Meridional. (HATZEFELD, 1988).

São diversas causas que deram origem a este movimento colonial, uma das mais importantes foi, segundo os antigos, a falta de terra. Em suma, a colonização grega não teria sido possível sem o espírito de aventura que caracterizava os povos jovens em vias de formação, e do qual se encontram outras manifestações na Grécia primitiva. As causas do movimento colonial permitem compreender o carácter que logo nos seus começos o que estes banidos e descontentes procuravam fora da Grécia eram, antes de tudo, terras boas. Por conseguinte, vemo-los estabelecidos primeiramente nos  países férteis e pouco povoados do sul de Itália, onde fundam cidades, cuja a principal razão de ser foi, em principio a agricultura.

Quando se trata de fundar estabelecimentos agrícolas ou marítimos, os colonos gregos levam consigo os hábitos religiosos e políticos da mãe-pátria. Fosse qual fosse a causa que decidisse um grupo de colonos e deixar a mãe-pátria, a cidade que fundassem fora da Grécia mantinha relações com a sua metrópole. Embora o princípio de independência política das colónias em relação a sua metrópole tivesse sido sempre respeitado, a existência de numerosas colónias eram uma razão de prestígio e uma fonte de riqueza para a cidade de qual provinham sobretudo a partir do momento em que se acentua o carácter comercial destes estabelecimentos.

Nem todos os povos da Grécia tomaram parte igualmente parte no movimento colonial. Estão neste caso os Ilirios, os Epirotas e os Macedónicos. Por outro lado alguns povos da Grécia continentais dados a vida rural entregaram-se a colonização: assim procederam os locrios e os polinésios da Acaia na magna Grécia. Mas os colonos foram fundados sobre tudo pelas cidades de densa população, estabelecida solidamente no território, possuindo uma organização política e económica bastante avançada e o conhecimento das coisas do mar.

Mas os efeitos da colonização duraram muito mais tempo que o próprio movimento. O seu primeiro resultado foi de criar um sentimento de solidariedade Pan-helénico, que se manifestou mais fortemente no estrangeiro que proporcionalmente no território Grego. Vê-se que o carácter particular do movimento colonial grego se explica pelas suas próprias origens. As colónias gregas não são nem estabelecimento militar, nem, pelo menos o princípio, feitorias como as que os fenícios criaram, entre os séculos VIII e VI, nas margens do mediterrâneo, elas são essencialmente coloniais de povoamento.

Esparta
A Esparta era a principal cidade de uma região chamada Lacónia ou Lacedomonia: as vezes, o estado era designada por um outro desses nomes. Também o povo recebia frequentemente o nome de Lacónio ou Lacedemonio.
A história de Esparta foi a grande excepção na evolução política das cidades estados. A despeito de facto dos seus cidadãos terem a mesma origem da maioria dos demais Gregos, Esparta não consegue nenhum progresso, aos poucos seu governo assumiu uma forma mais assemelhada moderna ditadura plutocratica. Também cultivamente a nação estagnou se após o século VI a.C. em parte, as causas de tais factos deveram-se se ao isolamento. Cercados de montanhas a nordeste e a oeste, e bons portos, os Espartanos tinham poucas oportunidades de lucrar com os progressos feitos no mundo exterior. 

A explicação principal, no entanto, encontra-se no militarismo. Os primeiros Espartanos foram Dórios, que haviam chegado ao Peloponeso oriental como um exterior invasor. Não havia praticamente um só aspecto de vida dos Espartanos que não fossem consequência das suas guerras com Micenios. Grande parte do atraso cultural de Esparta nasceu da atmosfera de repressão, resultado inevitável da violenta luta para conseguir os Micenios e mente-los sob severa sujeição.

Organização política Espartana
·         A constituição Espartana dispunha sobre a organização de um governo que preservasse as formas do antigo sistema da idade das trevas. Em lugar de um rei, no entanto, havia dois, representando família de diferentes categorias elevada. Os dois soberanos espartanos gozavam porem, de poucos poderes sendo estes sobretudo de carácter militar e sacerdotal.

·   Um segundo ramo do governo eram o conselho, composto por dois reis e por vinte e oito nobres, maiores de sessenta anos, esse corpo supervisionava anos processos cerimónias. O terceiro órgão do governo, a assembleia, composta por todos os homens adultos aprovava ou rejeitava as propostas do conselho e elegia todos funcionários públicos, excepto os reis. No entanto, a mais alta autoridade de sob constituição espartana era um conselho de cinco membros, conhecido como Eforato. Os Eforos eram praticamente o governo. Presidiam o conselho e assembleia, controlavam o sistema educacional e distribuição da propriedade, conservavam as vidas dos cidadãos e exerciam o direito de voto sobre toda a legislação.

Organização social Espartana
A população de Esparta dividia-se em três classes principais. A camada dominante era constituída pelos esparcitas ou descendentes dos primeiros conquistadores. Em seguida vinham os “periecos”, isto é, os que moravam em redor. A origem dessa classe e inserta, mais provavelmente compunha-se de povos que em certa época tinham sido aliados dos espartanos ou se haviam submetido voluntariamente ao seu domínio. Em retribuição aos seus serviços como camada intermediária, entre a classe dominante e os servos, os periacos tinham permissão de comerciar e dedicar-se a manufactura.
·        No fundo da escala estavam os Holiotas ou servos presos a terra.

Organização económica Espartana
A organização económica de Esparta visava quase que unicamente garantir a eficiência militar e supremacia da classe dos cidadãos. As melhores terras eram propriedade do estado e, de inicio tinham sido divididas em Glebas iguais, doadas aos esparcitas como propriedade inalienável. Mais tarde essas glebas, assim como as terras inferiores, poderiam serem vendidas ou trocadas, com o que alguns cidadãos se tornavam mais ricos que os outros. A pouca actividade comercial e manufactureira do estado espartano estava reservada exclusivamente aos periecos. Em Esparta o comércio e a indústria estavam em mãos de particulares, os Holiotas era forçados a contribuir com parte o que produziam para prover a subsistência dos seus amos e os privilégios políticos eram reservados a uma classe governante cujos membros, não realizavam nenhum trabalho socialmente útil.

Atenas
Atenas começou a sua história sob condições diferentes das quais prevaleciam em Esparta. A região da Ateca, em que fica Atenas, na invasão não sofrerá nenhuma invasão armada nem fora palco de um duro conflito entre os povos inimigos. Em resultado disso, nenhuma casta militar impôs seu domínio sobre um povo vencido. Além disso, a riqueza de Atenas consistia em depósitos minerais e esplêndidos postos, além de recursos agrícolas. Por isso Atenas não permaneceu um estado predominantemente agrário mais rapidamente desenvolveu um comercio prospero e uma cultura essencialmente urbana.

Até meados do século VIII a.C, Atenas como os outros estados gregos tivera um governo monárquico. A transição para uma oligarquia foi tanto a causa como o efeito de um aumento de concentração da riqueza.

Organização económica Ateniense
A introdução da cultura da vinha e da oliveira proporcionou mais ao menos nessa época, o desenvolvimento da agricultura em grande escala. Como só vinhedos e as olivais requerem tempo considerável para se tornarem lucrativos, somente os agricultores dispunham de recursos abundantes podiam sobreviverem no negócio. Seus vizinhos mais pobres e menos parcimoniosos de pressa se atolavam em dúvidas, principalmente porque o trigo começaria a ser importado a preços exorbitantes. As reformas económicas beneficiaram os agricultores pobres cancelando as hipotecas existentes, proibindo para o futuro, a escravização por divida e limitando a quantidade de terra que cada individuo que podia possuir.

Organização política Ateniense                                                                                                       
Clistenes, que dominou a política Ateniense de 508-500 aumentou o número de cidadãos, cumprindo plenos direitos a todos homens livres que residiam na região nessa época. Criou um novo conselho e transformou-o em órgão principal do governo, com poderes para submeter medidas a assembleia a o controle supremo das funções executadas e administrativa. Os membros desse conselho deviam ser escolhidos por sorteio.

A democracia Ateniense atingiu sua mais alta perfeição na época de Péricles (461-429 a.C.) foi nesse período que a assembleia adquiriu autoridade para apresentar projectos de leis sem prejuízo de seus poderes de rectificar regular propostas de conselho.

Organização social Ateniense
Diferente da Esparta as crianças ficavam em casa ate aos 6 anos e depois os meninos iam a escola para aprender cálculos, escritas, poesia, canto e ginástica. Cultivavam o maior a pátria, as letras e as artes. Os rapazes aos 18 anos entrevam no exército frequentavam o liceu ou a academia torneavam-se cidadãos. As meninas ficavam no lar onde aprendiam tecer, fiar e bordar. Só poderiam frequentar festas religiosas e não poderiam comer na mesa na presença de pessoas estranhas. Também, a Atenas tinha sua população dividida em três classes:

        Cidadão: eram considerados cidadãos os filhos de Atenienses;
·         Metecos: eram estrangeiros que se dedicavam ao comércio e a indústria, não tinham direitos políticos, eram livres e bem tratados, em geral, eram obrigados a pagar impostos para viver na cidade e eram também obrigados a prestar o serviço militar:
·    Escravos: era a classe maioritária da Atenas, recebiam tratamento humano e podiam conquistar a liberdade. As leis de Atenas permitiam ao escravo conquistar a sua liberdade e passar para categoria de metecos.

A guerra do Peloponeso
O que foi, cidades gregas envolvidas, causas, vitória da Esparta. A guerra do Peloponeso foi um conflito militar entre as cidades estados de Atenas e Esparta, ocorreu entre os anos de 431-404 a.C. para compreender melhor esta guerra é necessário compreender as diferenças que existiam entre Esparta e Atenas na antiguidade. Enquanto era voltada para o militarismo, Atenas era o centro político e cultural do período, esta guerra também envolveu outras cidades estados que se alinharam com Arenas e Esparta.

Causas da guerra
·   Os Espartanos viam com desconfiança e ameaça o desenvolvimento económico e o aumento da influência política de Atenas na região de península do Peloponeso; 
·    Relações tensas entre as duas cidades estados e disputa pela hegemonia politica e económica na região.
Final da guerra e consequências
A guerra do Peloponeso terminou em Abril de 404 a.C. após a rendição de Atenas e a conquista Espartana em helesponto- os Espartanos deram suporte a um grupo oligárquico em Atenas, derrubando o sistema democrático e implantando um sistema de governo autoritário conhecido como Tirania dos Trinta. O fim da guerra derrubou o poder de Atenas na península e resultou na hegemonia política e económica de Esparta na região, com seu sistema voltado para o fortalecimento militar.

Principais líderes da Guerra
·         Liga de Delos; Arquidanio II, Lisandro e Brasidas;
·         Liga do Peloponeso: Péricles, Cleon, Nicias, Alcibíades e Demóstenes.

A Macedónia
Os Macedónios eram um povo de camponeses. O seu pais era fértil, mas o clima era mais rude e mais húmido do que o da Grécia propriamente dita. Na época em que os Macedónios começaram a entrar na história, no reinado de Filipe II, a sua civilização era inferior a dos outros povos da península. A sua existência decorria ainda como na época do Homéro e formavam um povo de “pastores e camponeses”. A Macedónia facultava ao soberano, que tinha todo o território sob a sua autoridade, uma reserva de força ainda não empregadas. Era um estado de homens livres, caçadores robustos e valorosos guerrilheiros, orgulhosos das suas cicatrizes e destemidos bebedores.

A perícia política de Filipe, a sua previdência e as suas audácias exemplares eram pois integralmente espontâneas. No princípio do seu reinado (359), a ambição de Filipe da Macedónia limitava-se ao aniquilamento de duas ameaças que pesavam sobre a sua autoridade e a independência do seu reino: os pretendentes ao trono e as forças Ilirias que ocupavam certas regiões da Macedónia. Em menos de dois anos, esse duplo perigo foi eliminado. As circunstâncias dirão então ao macedónio mais de um motivo para inaugurar uma politica de expansão.

A civilização Helenística
A civilização helenística, tal como existira em seu apogeu chegou ao fim. A fusão de cultura e a mistura de povos, resultantes das conquistas de Alexandre, conduziu à derruba de muitos dos ideais desenvolvidos pelos Gregos em sua idade áurea dos séculos V-IV. Aos poucos surgiu uma nova forma de civilização, baseada numa mistura de elementos Gregos e Orientais. A essa nova civilização, que durou aproximadamente até ao começo da era cristã, costuma-se dar o nome de civilização helenística.

As realizações helénicas na ciência proporcionaram um alicerce para a grande revolução cientifica da era helenística. Da mesma forma, a ênfase dada pelos Gregos à lógica persistiu na filosofia helenística ainda que os objectivos desta fossem em muitos casos diferentes. Nas esferas políticas, social e económica, as semelhanças foram, na verdade, poucas.

Instituições políticas
Na era helenística, a forma dominante de governo foi o despotismo de governantes que se tinham na conta de, pelo menos, semi-divinos. O próprio Alexandre era considerado filho de Deus no Egipto e cultuado como um deus na Grécia. Um monarca Seleucida, Antioco IV, adoptou o título de “Epifânio”, ou “deus manifesto”.

Como subprodutos da civilização helenística desenvolveram-se duas instituições políticas a ligas Acaia e da Etolia. A fim de conservar a sua independência, vários desses expandiram e se tornaram confederações. Em todos os casos, a organização de tais ligas era essencialmente da mesma, cada uma tinha um concelho federal, compostos de representantes das cidades membros, com poderes para legislar sobre assuntos de interesse geral.

Uma assembleia, aberta a todos os cidadãos dos estados federados decidida sobre as questões de guerra e paz, elegia funcionários. A autoridade executiva militar era investida em um general eleito por um ano e que só podia ser reeleito em aos alternados. O principal significado dessas ligas está no facto de haverem constituído o que a Grécia teve de mais parecido como uma união nacional voluntária antes dos tempos modernos.

Aspectos económicos e sociais
A história da civilização helenística foi marcada por evoluções económicas são comparáveis em magnitude, as revoluções económicas e industrial da era moderna. Para isso pode-se apontar varias causas importantes:
·         A cobertura de uma vasta área de comércio, desde o rio Indo até ao Nilo;
·         Aumento dos preços, decorrente da entrada em circulação de enorme tesouro persa de ouro e prata;
·         O estimulo dado pelos governos á indústria e ao comércio com o objectivo de aumentar a receita do estado;

A agricultura foi tão atingida pelos novos desenvolvimentos como qualquer outro sector da vida económica. Os fenómenos mais notáveis foram a concentração das propriedades agrícolas e a degradação das populações camponesas. Outras provas do grande desenvolvimento económico da era helenística são encontradas no crescimento das finanças. Generalizou-se por todo o Oriente próximo uma economia monetária e internacional, baseada em moedas de ouro e prata. Desenvolveram-se os bancos, em geral de propridade do governo, tornando-se elas as principais instituições de crédito para as actividades comerciais de todo género.

Um resultado interessante das condições sociais e económicas na época Helenística foi o crescimento das grandes cidades. Muito embora a maior parte da população continuasse a viver no campo, verificou-se uma tendência crescente no sentido de os homens se entediarem com a monotonia da vida rural e afluírem para as cidades, onde a vida, se não era mais fácil, pelo menos era mais interessante. As cidades se multiplicaram e cresceram, nos impérios helenísticos, quase tão rapidamente.

A cultura Helenística: Filosofia, Literatura e Arte
Filosofia
A filosofia Helenística exibiu duas tendências, quase paralelas, durante toda a civilização. A principal delas, exemplificada pelo Estoicismo e pelo Epicurismo, mostrava uma consideração fundamental pela razão como a chave para a solução dos problemas humanos. Os primeiros filósofos helenísticos foram os Cínicos, que surgiram por volta de 350 a.C. Seu líder mais iminente foi Diógenes, que se tornou famoso por sua busca incessante de um homem honesto. Os cínicos adoptaram como seu maior objectivo o cultivo de “auto-suficiência”: cada qual deveria procurar dentro de si mesmo a capacidade de satisfazer suas próprias necessidades.

Tanto o Epicurismo como o Estoicismo surgiram aproximadamente em 300 a.C., seus fundadores foram, respectivamente, Epicuro (342-270) e Zenão de Cicio (activo depois de 300), ambos residentes comuns.
  
Literatura
A literatura helenística é importante principalmente pela luz que lança sobre o carácter dessa civilização. A maior parte dos escritos mostrava pouca originalidade e profundidade de pensamento. Os principais géneros da literatura helenística foram o teatro e a poesia Bucólica.
O teatro era quase exclusivamente cómico, representando sobre tudo pelas peças de Menandro, muito diferente da comédia de Aristófanes. O campo da prosa era dominado pelos historiadores, biógrafos e Utopias. O mais capaz dos historiadores foi, sem dúvida, Polibio de Megalopolis, que viveu durante o século II a.C.

A Arte Helenística
A arte Helenística não preservou todas as qualidades que caracterizam a dos gregos. Os templos Dórios e Jónicos, simples e dignos, deram lugar a palácios sumptuosos, mansões dispendiosas, complicados edifícios públicos e monumentos que simbolizavam poder e riqueza. Do mesmo modo, a escultura mostrava tendências extravagantes e sentimentais. Muitas estátuas e relevos eram imensos e alguns quase grotescos.

A religião na era Helenística
Se não houve um aspecto da civilização helenística que sirva mais que outros para acentuar o contraste com a cultura Helénica, foi a nova tendência da religião. Entre os povos, há tendência no sentido de abraçar religiões emocionais manifestava-se ainda mais claramente. Os mistérios órficos e ebusinos atraíram mais de votos do que nunca. Durante algum tempo, oculto de Isis, a deusa-mãe egípcia, ameaçou tornar-se dominante no Oriente próximo. Da mesma forma, a religião astral dos caldeus propagou-se rapidamente, com o resultado de que seu principal produto, a astrologia, foi recebido com entusiasmo fanático em todo o mundo helenístico.
Um factor que não deixou de ter importância para as realidades religiosas da era helenística foi a dispersão dos Judeus. Alguns dos Judeus Helenísticos acabaram convertendo-se ao cristianismo e constituíram poderoso instrumento para a propagação dessa religião fora da Palestina.


Bibliografia
BURNS, Eduard Menallet all. História da civilização Oriental. 12a Edição. Editora Globo Vol1. São Paulo. 2003.
HATZFELD,Jean. História da Grécia Antiga, 3a Edição, Publicações Europa-America, Portugal.1988.
VERNANT,Jean. Mitos e pensamento entre Gregos.2a Edição. Paz e Terra. São Paulo. 2002.
GRIMBERG,  Carl. História universal 2 os Persas de Micenas a Grécia clássica. Publicações Europa-America. Lisboa.1965.
LEVEQUE, Pierre. O mundo Helenístico. Edições 70. Lisboa. Portugal. 1987.


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